quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ninguém vai defender o seu castelo por você


    Lendo um trecho de Zaratustra, relembrei o quanto é bom ser sozinho no tocante aos ideais e paradigmas, depois que você se acostuma com a ideia e passa a perceber o que isso realmente significa.

    São as pessoas ideologicamente fortes que mudam o mundo, são as pessoas ideologicamente sozinhas que saem do meio da escuridão da caverna para contemplarem o sol.

    Somos todos fortalezas quando somos forçados a contemplarmos a solidão ideológica. Essa fortaleza é mais forte, quanto mais forte forem às confirmações que façamos a nós mesmos, e se enfraquece, quando buscamos a aprovação, o apoio e a misericórdia de quem nunca ao menos chegou a pensar sobre o assunto em nenhum momento de sua pobre e miserável vida.

    Como o leão que se impõe apenas por ser o que é, sem reino, sem desejar demonstrar aos outros o quanto é o que quer que seja, sem buscar de aceitação de indivíduos que o não conhece. Como leões, águias, tubarões, somos o que somos e não precisamos de aprovação para sermos o que somos. Quando sabemos que somos o que devemos ser, não mais importam as opiniões. Que outros sejam os fracos.

    Porém, quando a fortaleza baixa a guarda e demonstra fraqueza, querendo a compreensão de aliados, esses mesmos aliados, que antes o viam como ponto de força, se ressentem e buscam outros aliados, mais poderosos, pois também eles buscavam no outro a força que ainda não encontraram si mesmo.

    Quando o soberano enfim, percebe o que antes não podia conceber, que os fracos nunca são aliados e que seu reino depende de sua própria energia, levanta a ponte levadiça e predispõe seus atiradores nas torres e muralhas. Está preparado para a guerra, mas não está em guerra declarada. Busca descobrir todos os espiões psicológicos presentes em sua própria corte, subúrbios e vielas; e os perdoa, aceita e convence a se juntarem a ele e trabalhar em conjunto por benefícios que a todos felicita.

    O soberano sabe não faz sozinho todo um reino, por isso convida os habitantes desconhecidos a se apresentarem, leva luz, ilumina o seu subconsciente, tornando todo o reino iluminado, e faz bom uso de suas fraquezas, bem como de suas forças. É como um pai generoso, e não ignora seus súditos, filhos de sua própria terra.


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