A vontade de escrever não escolhe horários.
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As convicções humanas são tão efêmeras quanto à posição dos continentes. Quando observados por períodos relativamente curtos os continentes parecem fortes e invencíveis, mas estão em constante movimentação e transformação.
Outrora, toda terra na superfície formava um único continente que pouco a pouco se rachou. As convicções humanas pouco a pouco vão se transformando.
Conceitos aceitos por milênios se transformam, como o geocentrismo defendido pelo magnânimo Aristóteles foi derrubado pelo heliocentrísmo de Copérnico.
Todos os dias pessoas se levantam de suas cadeiras batendo no peito e exclamando suas verdades para a plateia, você pode estar fazendo isso agora e eu também, e isso é bom, pois precisamos de direção para dar suporte a nossa vida, mas lembre-se sempre que nem os continentes se sustentam. Os continente são finas camadas de rochas solidificadas, poeira e matéria orgânica acumulada sobre imensa camada de magma e metal derretido, se movendo incessantemente.
Sem convicções, o que seria de nós humanos, única espécie no planeta a entender sua perenidade e finitude. Precisamos de convicções, são elas que nos movem e nos mantém vivos, nos propicia a cultura e as ideologias e perpetuam nossa evolução intelectual, pois as convicções também evoluem, abandonamos uma para ficar com outra e a seleção natural se encarrega do resto.
Não creio que haverá convicção imutável além daquela que foi abandonada.
"Tudo flui, nada persiste nem permanece o mesmo"
Heráclito de Efeso
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Mais uma vez escrevo um texto que não se assemelha a um passeio no jardim, se trata de uma tempestade cerebral.
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